10/09/2008 14h28 - Por Ascom da Secrataria do Ambiente

Lixo químico começa a ser retirado do laboratório Enila, no Jacaré

Cinco anos depois da falência do laboratório Enila, as 17 toneladas de lixo químico que estavam armazenadas no seu prédio desativado, no bairro do Jacaré, na Zona Norte, começaram a ser retiradas numa grande e cuidadosa operação, coordenada pela secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, com o apoio do presidente da Feema, Axel Grael. O trabalho, que deve ser concluído em três dias, começou na manhã de uma quarta-feira (10/09) e deixou os moradores da região, que temiam riscos, mais tranqüilos.

A retirada e o transporte do lixo químico ficaram sob a responsabilidade da empresa Perenyi Serviços Técnicos de Limpeza Industrial Ltda, que mobilizou pelos menos 10 técnicos, incluindo um químico. O destino final do produto será a companhia Essencis Co-Processamento Ltda, sediada na Rodovia Rio-Teresópolis (BR-116, km 121,5), no bairro Iriri, em Magé. As duas empresas são licenciadas pela Feema para realizar o trabalho e o produto será processado e incinerado.

Segundo Marilene Ramos, que acompanhou o trabalho com a diretora de Controle Ambiental da Feema, Ana Cristina Henney, uma das maiores preocupações com o lixo químico era o prédio do laboratório ENILA ser invadido.

Ao invadirem, as pessoas podem entrar em contato com esses produtos, altamente tóxicos - comentou a secretária. Marilene informou ainda que vai se reunir com a sua colega, a secretária estadual de Educação, Tereza Cristina Porto, para encontrar uma melhor forma de utilizar o prédio, após a retirada do material químico. A solução seria transformá-lo em escola, sobretudo para a comunidade da região.

Segundo o químico industrial da Perenyi Marcelo Correia, a retirada e o transporte do material serão feitos com todo o cuidado. Ele descartou a hipótese da presença de material radioativo no local.

O que esse depósito possui é um estoque do medicamento Celobar, utilizado como contraste para Raio-X - acrescentou ele.

A ação ocorre com a supervisão de técnicos da Feema, Grupamento de Operação de Produtos Perigosos do Corpo de Bombeiros (Gopp), da Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca) e da Defesa Civil.

Há pouco mais de 30 dias, a Feema, Cicca e o Corpo de Bombeiros fizeram vistoria no laboratório. Na ocasião, estabeleceu-se que seriam definidas as bases da retirada do produto, de responsabilidade da massa falida do laboratório Enila, cujos representantes estiveram presentes à reunião. A Secretaria avocou para si a tarefa de retirar o material, e, ao longo desse período, fez o seu monitoramento.

O laboratório será objeto de leilão judicial para fins indenizatórios, de acordo com a determinação da 1ª Vara Empresarial da Capital do Rio de Janeiro. O juiz responsável pelo processo de falência determinou que o produto químico não será leiloado, razão pela qual o estado, por meio da Secretaria do Ambiente, está fazendo a remoção.

O laboratório Enila foi desativado em 2003, por conter lote contaminado, principalmente o Celobar, utilizado em contraste de Raio-X. Cerca de 20 pessoas morreram e cerca de 70 ficaram com seqüelas após o uso do produto. O escritório de Advocacia “Potter Advogados”, que administra a massa falida do laboratório, levou o fato a conhecimento da Secretaria e pediu apoio para a solução do problema.